terça-feira, 26 de outubro de 2010

O dólar derreteu, e agora? Salve-se quem puder?

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A crise financeira que estava em rescaldo e sob aparente controle dos bancos centrais está de novo acesa.

(1) Leia depois o artigo de 10/06/2009:  "A crise não acabou... Ela está começando".


Começa a guerra cambial? Ou a verdadeira guerra comercial?

Manter o equilíbrio fiscal em cada país é a lição de casa que cabe a cada um realizar.

Aqui há oportunidades e riscos que comprometem o futuro individual de cada país.

O mundo é um só, globalizado e interdependente, mas o sucesso ou desastre do futuro de cada país depende de cada um deles.

O cenário internacional é preocupante e os representantes do G-20 se encontraram na semana passada em Seul, tentando encontrar soluções.

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meireles, estavam ausentes. Por quê?

O ajuste fiscal e monetário, como fazê-los ao mesmo tempo?

Na área do euro as Nações têm a mesma moeda, cabe a cada país fazer o ajuste fiscal e criar condições de melhoria de qualidade e de produtividade de seus produtos e serviços para terem competitividade.

Um desequilíbrio comercial gera desemprego e crise social que desequilibra a harmonia nacional e mundial.

A Alemanha saiu na frente, França Grécia, Espanha e Irlanda estão sofrendo, mas enfrentam o problema.

Os Estados Unidos com seu grande déficit comercial e fiscal está com dificuldades para encontrar a saída da crise, ou melhor, um crescimento sustentável, pois o desemprego o empurra a insistir a desvalorizar o dólar e assim transfere parte do  custo para o resto do mundo.


(2) Leia depois o artigo de 03/10/2008:  "Acabou a 'exuberância irracional'".

O Japão e Alemanha gritam, pois são superavitários em suas balanças de pagamento.

A China com um bom cacife neste jogo empurra com a barriga e coloca o yuan nivelado ao dólar. Ganha mercado e leva vantagens.

O cenário mundial não é mais de céu-de-brigadeiro (2002 a 2007). As medidas paliativas de aumento dos gastos públicos e o Estado injetar recursos na Economia para maquiar as verdadeiras raízes da crise financeira e dos bancos em 2008 se esgotaram.

E agora, para onde vai o mundo?

Há um desequilíbrio e início de guerra cambial chamada “desvalorização competitiva das moedas”, que para muitos economistas (inclusive eu), acreditam que isso é provocado por um desajuste comercial e diferenças de competitividade de produtos e serviços (produtividade).

 Haverá tempo e condições de os países na próxima reunião do G-20, em novembro, se não resolverem pelo menos abrandarem o quadro explosivo?


Há indícios de uma reforma no Fundo Monetário Internacional e de um novo equilíbrio de forças que legitimará um processo gradual de ajustes que venham permitir um crescimento mundial sustentável no médio e longo prazo.

EUA, Japão, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Brasil, Rússia, Índia e China manterão seus assentos como maiores acionistas.

E o nosso querido Brasil?

(3) Leia depois o artigo de 30/07/2009:  "A Sombra e a Luz no Brasil de Hoje".

Em nossas casas, em nossas empresas e nosso país é importante ter um equilíbrio orçamentário.

Se quisermos investir, temos que ter poupança ou vamos depender de empréstimos de outros.

As perspectivas do Brasil para 2011 não são tão favoráveis como quer demonstrar o clima de ufanismo que vivemos graças a um marketing e propaganda que tenta descolar o Brasil do mundo.

Continuamos com os juros mais altos do mundo, e é claro quem quer ganhar fácil vem para cá.

Importamos 20% de tudo que consumimos e é claro nossa indústria continua sendo sucateada.

Nossa capacidade de investimento é quase nenhuma, pois não temos poupança, das pessoas, das empresas e do Estado, e temos que depender do investimento exterior.

Nosso déficit comercial aumenta e tende a crescer apesar de o Brasil ser o celeiro do mundo e dos atuais bons preços das commodities.



Vamos fazer a lição de casa? E de verdade seremos como Nação e País um sério candidato a País de primeiro mundo?

Ou vamos nos contentar em sacar contra o futuro sonhando com a Copa do Mundo, as Olimpíadas e o Pré-Sal?



Links dos artigos relacionados, e que sugeri que leiam:
(1) Artigo de 10/06/2009:  "A crise não acabou... Ela está começando".
(2) Artigo de 03/10/2008:  "Acabou a 'exuberância irracional'".
(3) Artigo de 30/07/2009:  "A Sombra e a Luz no Brasil de Hoje".

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Brasil, o queridinho do mundo?

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É natural que estar com o ego estufado e ao mesmo tempo estar na zona de conforto leva qualquer um à sensação de estar feliz e ao mesmo tempo desatento aos riscos eminentes.



Com um país a situação se repete.

O Brasil vive um bom momento, e o nosso presidente com uma aprovação de 80% no fim do seu mandato entrou em órbita.

Lembram-se da velhinha que morreu depois de ter uma vida exemplar e santificada?
Sua alma subiu rapidamente para o céu e já ia passando pelo mesmo, não fosse São Pedro gritar e dizer a mesma.
- Fale um palavrão.
Quando chegou ao céu a velhinha reclamou de São Pedro ter dito seu único palavrão, e perguntou ao mesmo:
- Por que isto?
São Pedro respondeu:
- Porque a senhora passaria do céu e entraria em órbita.

Acredito que sua santidade Lula da Silva, provavelmente, não falará o palavrão ao receber o adeus de seus fiéis após o fim de seu mandato.

Paul Krugman
O premio Nobel de economia em 2008, Paul Krugman, em entrevista no dia 05 de setembro a Leandro Modé, do jornal O Estado de São Paulo, ao responder a pergunta:
- Qual a principal mensagem o sr. trará ao Brasil em sua visita?
E Paul respondeu:
- O Estados Unidos, Europa e Japão estão ainda em crise, apenas contiveram a fase mais aguda, mas os desafios cresceram. Há um risco de uma longa estagnação nas maiores economias e as pessoas precisam saber disto. Quanto ao Brasil ser o queridinho dos mercados financeiros é uma situação perigosa, há pouco era o México, a Argentina, a Estônia, …

O cenário de crescimento mundial que tanto beneficiou o Brasil já terminou em 2008, nosso crescimento no ano passado foi de 0%, este ano será de 7%, mas fizemos a lição de casa?

(1) Leia depois o artigo: "Meu aniversário, Grécia e Marina Silva"
O link está logo no final do artigo.

Há sustentabilidade em nossa evolução micro e macro econômica?

Quais os obstáculos esperam o presidente a ser eleito?

Suely Caldas
Suely Caldas, economista, em seu artigo de 05 de setembro no jornal O Estado de São Paulo, colocou de forma sintética as bombas a serem desarmadas:





Reforma do Estado:
É o pior legado de Lula. Para acomodar companheiros, ele duplicou o número de ministérios, gerando gastos desnecessários. Para comprar partidos aliados, loteou o governo e o Estado com políticos despreparados e a serviço de seu partido, não da população. Tirou o caráter técnico, politizou e enfraqueceu as agências reguladoras, prejudicando a eficiência da renovação e fiscalização dos serviços públicos. Com isso a corrupção prosperou e predominou em seu governo.
Seu sucessor precisa desfazer esse aparato, eliminar ministérios inúteis, capacitar tecnicamente os funcionários nas funções de planejar e regular, economizar recursos direcionando-os para saúde, educação, saneamento, segurança e programas sociais. E, já na partida, dar um freio de arrumação na distribuição de cargos, valorizando funcionários de carreiras e oferecendo à sua base aliada cargos de representação política, deixando os técnicos para quem for capacitado.

Relação com o Congresso:
Se no governo FHC já existia o toma lá dá cá, entre Executivo e o Congresso, na gestão Lula virou regra comum. Não havia uma matéria em que, para votar, deputados e senadores não cobrassem favores, cargos, liberação de verbas. Desde o mensalão, no primeiro mandato, Lula mostrou-se fraco, cedeu e foi cedendo aos caciques do PMDB e demais partidos até tornar o toma lá dá cá uma norma corriqueira.
O novo presidente precisa entrar mostrando força, invertendo essa relação perniciosa que desmoraliza a imagem do Congresso, decepciona e reforça a percepção dos eleitores de que “ali não se salva ninguém”.


(2) Leia depois o artigo: "O Brasil de 50 anos atrás e o de hoje."
O link está logo no final do artigo.

Dívida pública:
O preço do sucesso do governo Lula na economia – a expansão dos programas sociais, o crescimento econômico e geração de empregos – foi o aumento do endividamento. E não vacilou em ampliar a dívida pública para emprestar dinheiro para o BNDE, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal repassar em créditos de investimentos às empresas e à Petrobras. E a dívida bruta hoje já ultrapassa 60% do Produto Interno Bruto (PIB).
Quando era possível amortizar o valor principal, nos primeiros 6 anos de prosperidade e expansão da arrecadação tributária, Lula não o fez e preferiu optar pelo aumento dos gastos correntes. Com isto o estoque da dívida continuou subindo. O novo presidente vai enfrentar o desafio de fazer o oposto; não se limitar a pagar só juros, retomar o bom hábito de amortizar, abater o valor total e ganhar mais segurança para atravessar seu mandato com menor risco de crise.

Gastos públicos:
Organizar o que Lula desorganizou, definindo prioridades e concentrando gastos em itens que façam a diferença para a qualidade de vida da população mais pobre. Ou seja, melhorar o atendimento em hospitais públicos, capacita-los para aumentar o numero de cirurgias e ampliar o orçamento para Ministério da Saúde. Também na educação qualificar professores, reduzir o analfabetismo funcional, oferecer ensino de qualidade. E ampliar gastos também para a segurança e o saneamento básico.

Investimento em infraestrutura:
Apesar do bom desempenho econômico, Lula vai concluir seu mandato com uma taxa de investimento medíocre de 17,9% muito abaixo dos 25% necessários para garantir um ritmo sadio de crescimento econômico.
O Estado até expandiu investimentos na reta final do governo como o PAC, o programa Minha Casa, Minha Vida e a promessa do pré-sal. Mas, para atrair investimento privado em infraestrutura, o governo Lula fez tudo errado, a começar pela politização das agencias reguladoras e sucessivas mudanças em marcos regulatórios, que geram insegurança e afastam investidores. É mais um setor que um novo governante precisa virar pelo avesso para obter bons resultados.

Investimentos específicos:
Há três projetos que precisam de uma reavaliação. São a Usina de Belo Monte, o modelo da exploração de petróleo da área de pré-sal e o trem bala entre Campinas e Rio de Janeiro. Entre a concepção e a execução os três apresentaram dificuldades que a razão aconselha a reavaliação.
O investimento de Belo Monte nasceu privado e vai terminar estatal, por que dúvidas quanto a rentabilidade afastaram investidores privados.
A complicada capitalização da Petrobras para obter recursos para obter o pré-sal é apenas o começo das dificuldades que a estatal enfrentará para custear a maior parte destes investimentos. Seria o caso de o novo governo pensar em mudar o modelo e dividir este custo com outras empresas privadas.
E o trem bala, o sugador de dinheiro público de tão poucos benefícios, seria mais recomendado desistir dele e redirecionar os recursos para áreas mais carentes.

Reformas estruturais:
Por ultimo, mais de importância fundamental para a eficiência da gestão pública estão as reformas – política, tributária, previdenciária e trabalhista. Sem elas, o novo governante vai trabalhar como FHC e Lula: emperrado, limitado, e dependente das circunstâncias.





Fica aqui uma pergunta para nós.

Dos dois candidatos que restam e da nova liderança de Marina Silva, que pode contribuir, quem está melhor preparado e poderá vir a desempenhar com sucesso este novo desafio?


(3) Leia depois o artigo: "Economia de mercado, eleições e Marina Silva."
O link está logo no final do artigo.


Acredito, como ingênuo que sou, que o povo brasileiro saberá democraticamente escolher.

Da minha parte eu vou votar em José Serra neste segundo turno.




Links dos artigos relacionados, e que sugeri que leiam:
(1) Artigo: "Meu aniversário, Grécia e Marina Silva"
(2) Artigo: "O Brasil de 50 anos atrás e o de hoje"
(3) Artigo: "Economia de mercado, eleições e Marina Silva"